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“Poesia não é para compreender mas para incorporar
Entender é parede: procure ser árvore.Manoel de Barros.







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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Outra vez.

Mais uma manhã ele acordou cedo, calçou os chinelos, tocou o travesseiro ao seu lado como se a desse bom dia. Tomou o café amargo que nunca aprendeu a fazer. Foi para o quintal escutar os pássaros.
Sem perceber fazia mais um ano. As memórias vieram recorda-lhe. Sentou naquele banquinho que ele havia feito para eles e disse:
- Sinto a tua falta a cada momento.
E no sonho ela estava mesmo ali. Encostou sua cabeça sobre os ombros dele e falou:
- Mas eu estou sempre aqui.
Ele passou o braço por trás do seu pescoço.
- Lembra de quando eu construi esse banquinho?
- Eu estava com raiva por você ter esquecido de que iriamos à praça para ouvir a seresta, passou a noite bebendo.
Ele acariciou-lhe a cabeça dando-lhe um beijo na lateral do rosto.
- Então fiz esse banco, liguei o toca disco e todos dias seriam seresta para nós. Nunca mais dancei. Não tem graça sem ter os teus pés para pisar.
Ela o olhou com um sorriso. Ele levantou e deu-lhe a mão.
- Concede-me essa dança bela dama?
Com o mesmo sorriso ela levantou-se. Então eles valsaram ao som de bem-te-vis.
Ele abriu os olhos. Conseguia sentir o cheiro dela, mas eram as roseiras balançando com o vento. Ele suspirou, tocou o vazio ao seu lado.
- Que sentido isso tem sem você?
E como uma resposta veio o moleque de cabelos cacheados zimbado em sua direção gritando:
- Vô!Vô!Vô!
O menino subiu no banco e agarrou-lhe o pescoço sampicando beijos na careca fazendo o velhinho rir.
- Calma menino, calma. Senta aqui. Vou lhe contar uma história.
- Oba! Conta, conta, conta!
- Sabe porque tem esse banco no meio do quintal?

Postando só pra não ficar muito sumida, um texto já postado no blog antigo. Muitas saudades de ler os posts de vocês e do carinho dos leitores. beijos.
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11 novidades:

Gabriela Furtado disse...

Como dói essa saudades; essa falta da presença física...
Beijos
p.s belíssimo texto!!

Marcelo Zaniolo disse...

Nossa, me arrepiei aqui!

Lembrei de coisas minhas, de coisas pelas quais meu pai passou e tudo mais.

Lindo e triste.
Mas muito, muito bom.

E eu estava com saudade de ler textos seus! Hehe

Um beijo e boa semana.

Gleice Ribeiro. disse...

Nossa, deu para sentir o texto como se fosse real! Saudade é uma coisa muito dolorosa mesmo...
Beijos linda!

Felicidade Clandestina. disse...

nossa muito me identifiquei . teu post ( assim como tantos contos que tenho lido aqui ) sao lindos


beijos :*

Unknown disse...

oi linda...td bem?
Tem uma brincadeira pra vc lá no meu blog....topa??

bjs

Shuzy disse...

Eu vejo tanta beleza em textos tristes assim... Tocam-me o coração!!

Lorenna Miranda disse...

Menino que belas palavras*o*
Nossa me identifiquei muito com seu blog !
este é o meu
http://sao-coisas-de-garotas.blogspot.com/
bjoos. de sua NOVA seguidora ;]

Lorenna Miranda disse...

Menino que belas palavras*o*
Nossa me identifiquei muito com seu blog !
este é o meu
http://sao-coisas-de-garotas.blogspot.com/
bjoos. de sua NOVA seguidora ;]

Marisa Mattos disse...

Ai que dor..Eita saudade traiçoeira...

Unknown disse...

oi linda, td bem contigo?te indiquei para o selo DArdos, espero que goste....dá uma espiada por lá, ok?

grande beijo

Kamylla Cavalcanti disse...

Amei seu cantinho...
já estou a te seguir e adoraria te ver por lá
http://cronicasdeanjos.blogspot.com/
bjs*