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“Poesia não é para compreender mas para incorporar
Entender é parede: procure ser árvore.Manoel de Barros.







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quinta-feira, 19 de abril de 2012

A força

"May the force to be with you.
Mestre Yoda."

Uma mangueira desbravava o asfalto,
Como se fosse um quântico salto!
Um poeta já destacou esse fato,
O poder de uma simples plantinha ter um sonho alto.

A pertinência da planta te ensina voltar a sonhar.
"Se tudo é tão impossível para que novos caminhos enfrentar?"
Porque não pensar que eu tenho o poder se a minha mente explorar?
Subjetivamente eu sinto, para objetivamente expressar.

Chico já deu um bom conselho, não adianta dormir!
Só sonhar acordado com um mundo de ilusões. "Acorde para cuspir!"
Como vovó já dizia, Deus ajuda quem cedo madruga...
Ele está em ti, é você! Não tenha medo de quem te ajuda.

Jovem Padawan, o medo é traiçoeiro.
Ata as mãos, fecha a mente. Identifica-se com os egos corriqueiros.
Faz do próprio ser um navio negreiro.
Impede de ver a força e ser um jedi por inteiro.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

De fones de ouvido e genialidades.


Em pensar nas grandes invenções contemporâneas, não vejo como os fones de ouvido poderiam ficar  de fora das mais geniais. É, os fones de ouvido!
Sim, claro que torna-se banal se formos discorrer sobre telefones, computadores, trem-balas e ultrassons... Se bem também, que nos dias de hoje, em meio à esse nosso meio técnico-científico-informacional, a genialidade é facílima de ser adquirida em algum tutorial de faça-você-mesmo-em-10-lições. Quantas vezes não me senti um gênio ao personalizar este próprio blog seguindo apenas algumas instruções. - eu e o meu conceito de genialidade -
Voltando aos fones de ouvido com aparência de porquinho - eram só os fones de ouvido né? Pois é, minha lista de apreço por banalidades só aumenta. - Quem nunca quis dá um “mute” naqueles falatórios de shopping, em que palavras condensam-se no ar em uma nuvem que ao explodir estilhaça-as, quebrando sentidos, desfazendo formas, é quase doloroso vê-las tornando-se tão feias... E é buzina de carro, alto-falantes, o brega de toda esquina de Belém... Então coloco os fones, sinto-me mais dona de mim, do meu mundo, onde eu escolho o que quero ouvir. Egocentrismo? Mania de anti-social querendo viver só no meu mundo? Não sei. Mas quando as ondas sonoras convergem-se, é quase como silêncio quando os pensamentos fluem melhor, como se eu conseguisse ver a vida diferente... Mas é. A vida feito filme, como um sonho, com a melhor trilha sonora possível.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Olhe pela janela.

"Esse perfume de alecrim
Trouxe de volta um sonho bom.
Posso até olhar pela janela
E recitar "une petit chanson"
Tiê.


Aqueles dias onde tudo é calmo e fresco,
O bom dia é ao som dos bem-te-vis.
Tudo em seu lugar, seixo por seixo
Nesse ornamento do meu jardim de Lis

Como são raros dias assim,
Quando o mais belo não é rebuscado.
E Essa lavanda de Jasmin
Parece que em tudo foi borrifado.

Nesses tempos de tanta modernidade
Esquecemos de olhar pela janela
A vida em cores com toda a sua simplicidade,
E ser feliz por apenas fazer parte dela...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

E dai?

"I'm through accepting limits
'Cuz someone says they're so
Some things I cannot change
But till I try, I'll never know!"


Quando eu comecei a "crescer", andava olhando para o chão, com os ombros curvados, como querendo me esconder de algo. Esconder-me dos que os outros podiam está falando de mim, sempre tinha impressão de que estavam e eu me importava muito com isso, a opinião alheia. "Porque essa menina já tem peito grande com 10 anos?", "Esse cabelo que ela nunca solta, que feio", "Porque ela se veste que nem um menino?"
No começo dessa fase de transição, da minha vida de criança, para a aborrecência (como a minha mãe dizia), a temida pré-adolescência, eu tentava de todas as formas me esconder do mundo, fazer tudo certo para que não me chamassem a atenção, não direcionando os olhares pra ninguém, escondendo os seios que já eram fartos, quando ninguém os tinha, com roupas de menino. Eu tinha medo, era isso... Muito medo de tudo. De errar, de passar vergonha, de deixar de ser sempre a corretinha, melhor aluna da turma, queridinha da mamãe e etc...
Mas essa era a fase das descobertas, de tudo novo, de passar pra quinta série e estudar de tarde, a vida tava ali na janela pedindo pra eu ir com ela, me divertir um pouco mas eu sempre escolhia ir pelo caminho mais certo, pela porta que é melhor rs. Fico tentando puxar na memória para lembrar quando tudo mudou, e como eu sou hoje e tudo que eu fui antes, é tão diferente daquela garotinha tímida, medrosa, insegura, certinha que eu fui um dia. Mas com certeza foi aos treze que tudo começou a mudar... Parece clichê, por causa do filme, mas eu acho que é exatamente nessa faixa, para as pré-adolescentes normais, que tudo começa, é ai que tu escolhe qual caminho seguir e quem se tornar.
Foi aos treze que eu dei meu primeiro beijo, aos treze que eu pintei meu cabelo de vermelho depois decidi alisar, foi aos treze que eu bebi pela primeira vez e peguei meu primeiro porre, foi aos treze que beijei pela primeira vez uma garota, foi aos treze que eu decidi virar skatista, trocar as blusas completamente fechadas, por decotes e alcinhas, eu adorava o contraste das blusinhas e bermudões. Comecei a achar legal ser olhada, uma menina andando com um skate na mão, como olham... Criei postura para ter equilibrio, e valorizar o que Deus tinha me dado rs. Foi então que eu apertei o play, junto com o foda-se!
As pessoas riem quando eu digo que já fui skatista, emo, patricinha, micareteira, pagodeira e principalmente, a certinha rs, deve ser porque hoje em dia eu pareço ser uma pessoa tão normal, que resolver fugir dos rótulos, na verdade eu acho que eu cresci... Porque quando a gente começa a virar "gente", vemos o quanto é legal ser diferente, fazer parte de uma tribo, tu começas a ter noção de que tu não queres ser só mais um, no meio de tantos iguais...
A minha vida podia ter sido completamente diferente, eu podia ter continuado trancafiada no meu mundo com meu medo junto com os meus livros e agora está sendo uma garota brilhante, sem dificuldades nem uma para passar no vestibular, mas eu decidir pular a janela e não me arrependo disso! Uma coisa que eu sempre digo, pra que saber tooda a teoria, se tu não souberes a prática? A vida não é igual aos livros, aos romances que eu lia. Eu tenho uma certeza, aprendi muito mais com a vida do que com esse monte de conteúdo que eles querem enfiar na minha cabeça.
E dai se hoje eu não sou a queridinha, a certinha... Pelo menos eu aprendi a dizer "E DAI?!" e VIVER!